Segue o texto do dia 03.11.2016.
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Por J.H.S (José Henrique de Souza)
Grande é o erro daqueles que confundem o Espírito ou Inteligência (Nous) com a Alma (Psyké). Não menos os que confundem a Alma com o corpo (Soma). Da união do Espírito com a Alma nasce a Razão; da união da Alma com o Corpo nasce a Paixão. Desses três elementos, a Terra deu o corpo; a Lua, a alma, e o Sol, o Espírito. “Por isso que, todo Homem justo, consciente de todas essas verdades, é, ao mesmo tempo, durante a sua vida física, um habitante da Terra, da Lua e do Sol". – Plutarco (De Ísis e Osíris).
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Por J.H.S (José Henrique de Souza)
Grande é o erro daqueles que confundem o Espírito ou Inteligência (Nous) com a Alma (Psyké). Não menos os que confundem a Alma com o corpo (Soma). Da união do Espírito com a Alma nasce a Razão; da união da Alma com o Corpo nasce a Paixão. Desses três elementos, a Terra deu o corpo; a Lua, a alma, e o Sol, o Espírito. “Por isso que, todo Homem justo, consciente de todas essas verdades, é, ao mesmo tempo, durante a sua vida física, um habitante da Terra, da Lua e do Sol". – Plutarco (De Ísis e Osíris).
YOGA, dizem os
clássicos do Ocultismo, "é uma filosofia ou sistema que tem por fim dar
àquele que a pratica, o poder de se abster de comer e de respirar durante
considerável tempo, e processo, ainda, de se tornar insensível a todas as
impressões exteriores". Para nós, aquele que pratica Yoga visando tais
poderes é apenas um Faquir, e não um Yogi.
Tal maneira de
definir o termo Yoga tem provocado tantas perturbações entre os pretendentes à
Vereda da Iniciação, como o próprio termo “Deus”, através de lutas religiosas
entre os que se extasiam diante de definições, que não podem, de modo algum,
expressar, com precisão e clareza, tudo quanto pertence ao mundo subjetivo.
Ademais, no que diz respeito à Yoga, logo se manifesta o desejo egoísta de
sobrepujar os demais, de ser, enfim, um homem completamente diferente dos
outros, sem falar nos perigos que de tal prática procedem, quase sempre em
detrimento do próximo.
Nesse caso,
Magia Negra e não Magia Branca ou Aquela que praticam os Seres Superiores, como
Guias ou Instrutores dessa pobre Humanidade acorrentada nas férreas cadeias da
Ignorância, qual Prometeu ‘amarguradamente infeliz”, como diria Junqueiro, na
sua mítica montanha, que é o Cáucaso, que tanto vale pelo “cárcere carnal” ou
“pote de argila” bíblico. Yoga, querendo dizer “união”, nada mais é do que a
adoção deste ou daquele sistema por parte de quem, de fato, só tenha a
preocupação de se UNIR, ao seu Eu ou Consciência Imortal, na razão do que diz
Paulo, em Efesus, III, 16,117: "Todo ser bom pode falar ao Cristo em seu
Homem Interno": Cristo ou Consciência Universal, tanto vale.
Das inúmeras
espécies de Yoga que se conhecem, sobressaem as que se conjugam com os três
corpos de que o homem se compõe, aparte opiniões até hoje divulgadas, por serem
completamente errôneas. Referimo-nos a Hatha-Yoga, “como ciência do bem estar
físico”, desde que tal corpo é o sustentáculo da alma e do espírito. "Mens
sana in corpore sano".
A seguir,
Gnana-Yoga e não Raja, como querem outros, porquanto o mesmo termo Gnana ou
Jnana, tem por étimo Jim ou Jina, que de ser um habitante do Astral, ipso-fato,
relaciona-se com a Alma ou Psiké. Donde o termo: poderes psíquicos. O mesmo
termo Espiritismo, usualmente empregado, é errôneo por suas práticas envolverem
única e exclusivamente o mundo astral. Nesse caso, ANIMISMO OU PSIQUISMO.
Finalmente,
Raja-Yoga (União real, régia ciência etc.) ou do Mental, como sede do Espírito
desde que acima dele se acham as consciências Búdica e Átmica que, a bem dizer,
são Portas abertas ao Tabernáculo Divino. No corpo humano, a hipófise tem que
ver com a Alma, enquanto a epífise ("sobrenatural") com o Espírito.
Por tudo isso, dizer-se que “tal união com o Todo (pela prática da verdadeira
Yoga) é feita por três caminhos”, que a mesma Vedanta denomina de: Karma ou
ação para o físico; Bhakti ou “devoção” (a mística da Fraternidade Humana, como
o maior de todos os Ideais) e Jnana ou do conhecimento, visão espiritual,
sabedoria, Gnose etc. Todo e qualquer processo de livrar o Ego das ilusões do
mundo terreno com o fim de uni-lo à Consciência Universal, é uma YOGA.
Na de Patanjali,
como a mais importante de todas existem oito graus ou estados:
1. YAMA:
restrição, controle de si mesmo;
2. NI-YAMA:
observações religiosas, ou antes, alicerçamento do caráter;
3. ASANA:
posição especial para a meditação, embora que esteja incluída nos bailados
iniciáticos, tanto do velho Egito como da Índia e posteriormente, na Grécia
(“mistérios eleusinos” etc.) e hoje, de modo velado, na arte coreográfica, em
geral. Tais “asanas” ou posições, sempre debaixo de um certo ritmo, traduziam,
muitas vezes, toda a história de um deus do Panteon do País, quando não,
mensagens desses mesmos deuses ao Templo onde eram praticados semelhantes
rituais. Haja vista, os bailados exigidos no começo de nossa Obra, todos eles
expressando mensagens e divulgações de remoto passado, em referência aos
fundadores da mesma Obra;
4. PRANAYAMA:
retenção do hálito para controle de todas as funções orgânicas (a mesma
medicina atual já aconselha essa prática nas crises “simpaticotônicas” etc., em
relação com o lado solar, do mesmo modo que as vagotônicas, com o lunar. E a
prova é que as duas narinas estão classificadas nas antigas escrituras
orientais, como: Ida ou lunar (a esquerda) e Píngala ou solar (a direita).
Quando a respiração flui por ambas as narinas, recebe o nome de Sushumna
(respiração andrógina, dizemos nós ou equilibrante etc.). Este é o momento mais
apropriado para semelhante YOGA, principalmente se levada a efeito em PADMASANA
(Padma, loto e Asana, posição. Nesse caso, "posição do loto”, ou seja: de
pernas cruzadas, como se vê nas imagens do Buda etc.)
5. PRATY AHARA:
o poder de afastar o mental das sensações físicas;
6. DHÂRANÂ: “a
intensa e perfeita concentração da mente em determinado objeto interno, com
abstração completa do mundo dos sentidos”. Em síntese: o sumo controle do
pensamento;
7. DHYANA:
Meditação, contemplação abstrata ou afastamento do mundo dos sentidos, melhor
dito, estado de "isolamento completo". Constituí uma das "seis
Paramitas” budistas. E a prova é que, em um dos mantrans (hinos) do começo de
nossa Obra – o mesmo que nos foi enviado do Oriente – figuram estas palavras:
"Dhyâna, tuas portas de oiro nos livram da deusa Mayá (“ilusão dos
sentidos”);
8. SAMADHI (ou
Samyâma): estado de meditação obtido pela concentração, no qual o Adepto se
torna consciente de seu Mental Superior, o que tanto vale, por se tornar Um com
o Todo, a Consciência Universal etc. A mesma “posição do Buda” não significa
outra coisa. Por isso, traz os olhos cerrados (visão para dentro ou
espiritual), orelhas enormes, que muitos criticam sem saber que é apenas um
símbolo; na razão daquele que além de CLARIVIDENTE é CLARIAUDIENTE. As pernas
cruzadas ou na posição já apontada como de Padmasana, sendo as mãos unidas e os
dedos curvos, formando a última letra do alfabeto sânscrito, ou Aquele que alcançou
o Fim de sua evolução terrena: o Nirvana etc. E quanto ao ponto ou sinal que
traz na fronte (“olho de Shiva", como se chama na Índia, “ureus mágico”,
no Egito, como prova a “serpente que se vê na fronte do faraós”), em relação à
mesma visão espiritual. E assim por diante.
Por todas essas
razões e outras mais ainda, a nossa Escola Iniciática ter sido fundada com nome
"DHÂRANÂ", e seu órgão oficial o conservar até hoje como uma
homenagem àquela época. DHÂRANÂ serviu, pois, de “sumo controle do Pensamento”,
para que, Dhyâna abrisse suas "Portas de Oiro" a Samadhi, além do
mais, através de desconcertantes fenômenos psíquicos, que o vulgo denomina
erroneamente de “milagres”. E logo chegando o domínio do Mental (Dhyâna ligada
a Samadhi, ou antes, Budhi e Atmã, como 6º e 7º princípios teosóficos, para a
formação da Tríade Superior), a própria Lei lhe exigir o de SOCIEDADE TEOSÓFICA
BRASILEIRA*, além de excelso e significativo lema, que é: SPES MESSIS IN
SEMINE, ou “a esperança da colheita está na SEMENTE”.
E isso porque,
todos quantos forem atraídos para as suas fileiras, desde já representam os
arautos dessa civilização de elite que fará seu surto nesta parte do Globo, e
para a qual foi a mesma S. T. B. criada. Assim, o mesmo leitor, ao manusear as
iniciáticas páginas de seu órgão oficial, embora que não o saiba, pratica um
rápido estado de "Dhâranâ", por ter de abandonar o “mundo dos
sentidos”, sob pena de não poder compreender o que, por “baixo da letra que
mata”, refulge, como um Novo Sol, a iluminar-lhe a Consciência, o “Espírito que
vivifica”.
Vitam
impendere Vero!
Dhâranâ nº 119 a
122 – Janeiro a Dezembro de 1944 – Ano XIX * (Hoje Sociedade Brasileira de
Eubiose)

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