segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Dhârânâ (Fonte: Revista Dhârânâ)

Segue o texto do dia 03.11.2016.
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Por J.H.S (José Henrique de Souza)

Grande é o erro daqueles que confundem o Espírito ou Inteligência (Nous) com a Alma (Psyké). Não menos os que confundem a Alma com o corpo (Soma). Da união do Espírito com a Alma nasce a Razão; da união da Alma com o Corpo nasce a Paixão. Desses três elementos, a Terra deu o corpo; a Lua, a alma, e o Sol, o Espírito. “Por isso que, todo Homem justo, consciente de todas essas verdades, é, ao mesmo tempo, durante a sua vida física, um habitante da Terra, da Lua e do Sol". – Plutarco (De Ísis e Osíris).

YOGA, dizem os clássicos do Ocultismo, "é uma filosofia ou sistema que tem por fim dar àquele que a pratica, o poder de se abster de comer e de respirar durante considerável tempo, e processo, ainda, de se tornar insensível a todas as impressões exteriores". Para nós, aquele que pratica Yoga visando tais poderes é apenas um Faquir, e não um Yogi.

Tal maneira de definir o termo Yoga tem provocado tantas perturbações entre os pretendentes à Vereda da Iniciação, como o próprio termo “Deus”, através de lutas religiosas entre os que se extasiam diante de definições, que não podem, de modo algum, expressar, com precisão e clareza, tudo quanto pertence ao mundo subjetivo. Ademais, no que diz respeito à Yoga, logo se manifesta o desejo egoísta de sobrepujar os demais, de ser, enfim, um homem completamente diferente dos outros, sem falar nos perigos que de tal prática procedem, quase sempre em detrimento do próximo.

Nesse caso, Magia Negra e não Magia Branca ou Aquela que praticam os Seres Superiores, como Guias ou Instrutores dessa pobre Humanidade acorrentada nas férreas cadeias da Ignorância, qual Prometeu ‘amarguradamente infeliz”, como diria Junqueiro, na sua mítica montanha, que é o Cáucaso, que tanto vale pelo “cárcere carnal” ou “pote de argila” bíblico. Yoga, querendo dizer “união”, nada mais é do que a adoção deste ou daquele sistema por parte de quem, de fato, só tenha a preocupação de se UNIR, ao seu Eu ou Consciência Imortal, na razão do que diz Paulo, em Efesus, III, 16,117: "Todo ser bom pode falar ao Cristo em seu Homem Interno": Cristo ou Consciência Universal, tanto vale.

Das inúmeras espécies de Yoga que se conhecem, sobressaem as que se conjugam com os três corpos de que o homem se compõe, aparte opiniões até hoje divulgadas, por serem completamente errôneas. Referimo-nos a Hatha-Yoga, “como ciência do bem estar físico”, desde que tal corpo é o sustentáculo da alma e do espírito. "Mens sana in corpore sano".

A seguir, Gnana-Yoga e não Raja, como querem outros, porquanto o mesmo termo Gnana ou Jnana, tem por étimo Jim ou Jina, que de ser um habitante do Astral, ipso-fato, relaciona-se com a Alma ou Psiké. Donde o termo: poderes psíquicos. O mesmo termo Espiritismo, usualmente empregado, é errôneo por suas práticas envolverem única e exclusivamente o mundo astral. Nesse caso, ANIMISMO OU PSIQUISMO.

Finalmente, Raja-Yoga (União real, régia ciência etc.) ou do Mental, como sede do Espírito desde que acima dele se acham as consciências Búdica e Átmica que, a bem dizer, são Portas abertas ao Tabernáculo Divino. No corpo humano, a hipófise tem que ver com a Alma, enquanto a epífise ("sobrenatural") com o Espírito. Por tudo isso, dizer-se que “tal união com o Todo (pela prática da verdadeira Yoga) é feita por três caminhos”, que a mesma Vedanta denomina de: Karma ou ação para o físico; Bhakti ou “devoção” (a mística da Fraternidade Humana, como o maior de todos os Ideais) e Jnana ou do conhecimento, visão espiritual, sabedoria, Gnose etc. Todo e qualquer processo de livrar o Ego das ilusões do mundo terreno com o fim de uni-lo à Consciência Universal, é uma YOGA.

Na de Patanjali, como a mais importante de todas existem oito graus ou estados:
1. YAMA: restrição, controle de si mesmo;
2. NI-YAMA: observações religiosas, ou antes, alicerçamento do caráter;
3. ASANA: posição especial para a meditação, embora que esteja incluída nos bailados iniciáticos, tanto do velho Egito como da Índia e posteriormente, na Grécia (“mistérios eleusinos” etc.) e hoje, de modo velado, na arte coreográfica, em geral. Tais “asanas” ou posições, sempre debaixo de um certo ritmo, traduziam, muitas vezes, toda a história de um deus do Panteon do País, quando não, mensagens desses mesmos deuses ao Templo onde eram praticados semelhantes rituais. Haja vista, os bailados exigidos no começo de nossa Obra, todos eles expressando mensagens e divulgações de remoto passado, em referência aos fundadores da mesma Obra;
4. PRANAYAMA: retenção do hálito para controle de todas as funções orgânicas (a mesma medicina atual já aconselha essa prática nas crises “simpaticotônicas” etc., em relação com o lado solar, do mesmo modo que as vagotônicas, com o lunar. E a prova é que as duas narinas estão classificadas nas antigas escrituras orientais, como: Ida ou lunar (a esquerda) e Píngala ou solar (a direita). Quando a respiração flui por ambas as narinas, recebe o nome de Sushumna (respiração andrógina, dizemos nós ou equilibrante etc.). Este é o momento mais apropriado para semelhante YOGA, principalmente se levada a efeito em PADMASANA (Padma, loto e Asana, posição. Nesse caso, "posição do loto”, ou seja: de pernas cruzadas, como se vê nas imagens do Buda etc.)
5. PRATY AHARA: o poder de afastar o mental das sensações físicas;
6. DHÂRANÂ: “a intensa e perfeita concentração da mente em determinado objeto interno, com abstração completa do mundo dos sentidos”. Em síntese: o sumo controle do pensamento;
7. DHYANA: Meditação, contemplação abstrata ou afastamento do mundo dos sentidos, melhor dito, estado de "isolamento completo". Constituí uma das "seis Paramitas” budistas. E a prova é que, em um dos mantrans (hinos) do começo de nossa Obra – o mesmo que nos foi enviado do Oriente – figuram estas palavras: "Dhyâna, tuas portas de oiro nos livram da deusa Mayá (“ilusão dos sentidos”);
8. SAMADHI (ou Samyâma): estado de meditação obtido pela concentração, no qual o Adepto se torna consciente de seu Mental Superior, o que tanto vale, por se tornar Um com o Todo, a Consciência Universal etc. A mesma “posição do Buda” não significa outra coisa. Por isso, traz os olhos cerrados (visão para dentro ou espiritual), orelhas enormes, que muitos criticam sem saber que é apenas um símbolo; na razão daquele que além de CLARIVIDENTE é CLARIAUDIENTE. As pernas cruzadas ou na posição já apontada como de Padmasana, sendo as mãos unidas e os dedos curvos, formando a última letra do alfabeto sânscrito, ou Aquele que alcançou o Fim de sua evolução terrena: o Nirvana etc. E quanto ao ponto ou sinal que traz na fronte (“olho de Shiva", como se chama na Índia, “ureus mágico”, no Egito, como prova a “serpente que se vê na fronte do faraós”), em relação à mesma visão espiritual. E assim por diante.

Por todas essas razões e outras mais ainda, a nossa Escola Iniciática ter sido fundada com nome "DHÂRANÂ", e seu órgão oficial o conservar até hoje como uma homenagem àquela época. DHÂRANÂ serviu, pois, de “sumo controle do Pensamento”, para que, Dhyâna abrisse suas "Portas de Oiro" a Samadhi, além do mais, através de desconcertantes fenômenos psíquicos, que o vulgo denomina erroneamente de “milagres”. E logo chegando o domínio do Mental (Dhyâna ligada a Samadhi, ou antes, Budhi e Atmã, como 6º e 7º princípios teosóficos, para a formação da Tríade Superior), a própria Lei lhe exigir o de SOCIEDADE TEOSÓFICA BRASILEIRA*, além de excelso e significativo lema, que é: SPES MESSIS IN SEMINE, ou “a esperança da colheita está na SEMENTE”.

E isso porque, todos quantos forem atraídos para as suas fileiras, desde já representam os arautos dessa civilização de elite que fará seu surto nesta parte do Globo, e para a qual foi a mesma S. T. B. criada. Assim, o mesmo leitor, ao manusear as iniciáticas páginas de seu órgão oficial, embora que não o saiba, pratica um rápido estado de "Dhâranâ", por ter de abandonar o “mundo dos sentidos”, sob pena de não poder compreender o que, por “baixo da letra que mata”, refulge, como um Novo Sol, a iluminar-lhe a Consciência, o “Espírito que vivifica”.
Vitam impendere Vero!


Dhâranâ nº 119 a 122 – Janeiro a Dezembro de 1944 – Ano XIX * (Hoje Sociedade Brasileira de Eubiose)




domingo, 9 de outubro de 2016

Melkitsedek, o Rei do Mundo (fonte: Eubiose)

Seguem os dois textos desta semana (05.10.2016)


Texto I - Melkitsedek e Preste João



O nome Melkitsedek, ou antes, Melki-Tsedek, como é designado na tradição judaico-cristã, refere-se à função de “Rei do Mundo” na cúspide dirigente de toda a Evolução Planetária, sendo Aquele que está mais próximo de Deus – o Logos Planetário – de cuja natureza participa a ponto de se confundir com Ele, mesmo estando “como a personalidade humana está para a sua individualidade espiritual”, na mais pálida definição.
Na Bíblia, tem-se a primeira referência a Melki-Tsedek no Genesis (XIV, 19-20): “E Melki-Tsedek, Rei de Salém, mandou que lhe trouxessem pão e vinho e ofereceu-os ao Deus Altíssimo. E bendisse Abraão (…) e Abraão deu-lhe o dízimo de tudo”, instituindo-se a Ordem de que fala o Salmo 110, 4: “Tu és um sacerdote eterno, segundo a Ordem de Melkitsedek”. Este é assim definido por S. Paulo na sua Epístola aos Hebreus (VII, 1-3): “Melki-Tsedek, Rei de Salém, Sacerdote do Deus Altíssimo que saiu ao encontro de Abraão (…) que o abençoou e a quem Abraão deu o dízimo de tudo, é em primeiro lugar e, de acordo com o significado do seu nome, Rei da Justiça, e em seguida, Rei de Salém, isto é Rei da Paz; existe sem pai, sem mãe, sem genealogia, não tem princípio nem fim a sua vida, mas sendo feito semelhante ao Filho de Deus, permanece Sacerdote para todo o sempre”.
É assim que o sacerdócio da Igreja cristã chega a identificá-lo à Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, o Espírito Santo, mantenedor da Tradição Apostólica que vem do Apóstolo Pedro até ao Presente. De maneira que o Sacrifício de Melki-Tsedek (o pão e o vinho) é encarado habitualmente como uma «pré-figuração» da Eucaristia, pois que o próprio sacerdócio cristão se identifica, em princípio, ao Sacerdócio de Melki-Tsedek, segundo a aplicação feita a Cristo das mesmas palavras do Salmo 110, e que no Apocalipse vem a ser a “Pedra Cúbica” do Trono de Deus em que assenta a Assembleia ou Igreja Universal da Corte dos Príncipes ou Principais do mesmo Rei do Mundo.
O livro do Génesis e a epístola de S. Paulo aos Hebreus referindo-se a esse misterioso Soberano, levou a tradição judaico-cristã a distinguir dois sacerdócios: um, “segundo a Ordem de Aarão”; outro, “segundo a Ordem de Melkitsedek”. Este superior àquele, pois se liga do Presente aos Tempos do Advento do Messias, expressando os Apóstolos, os Bispos e a Igreja do Ocidente. E aquele vincula o Passado ao Presente, expressando os Profetas, os Patriarcas e a Igreja do Oriente.
Melki-Tsedek é, pois, ao mesmo tempo, Rei e Sacerdote. O seu nome significa “Rei da Justiça”, e também é o Rei de Salém, isto é, “Rei da Paz”. “Justiça” e “Paz” são precisamente os dois atributos fundamentais do “Rei do Mundo”, assim como do Arcanjo Mikael portador da espada e da balança, atributos iconográficos psicopompos designativos do Metraton, nisto como intermediário entre o Céu e a Terra, Deus e o Homem, presença indispensável do Paraninfo mercuriano ou AKBEL que é quem carrega o ANEL ou ARO prova da ALIANÇA ETERNA DO CRIADOR COM A CRIAÇÃO, e que na Natureza tem a sua expressão lídima nas sete cores do espectro do ARCO-ÍRIS, de maneira que sempre que a Humanidade declina em sua Evolução o ETERNO envia a ela o seu “Filho Primogénito” para restabelecer a Boa Lei, anular a anarquia e a injustiça e restaurar a Ordem e a Justiça, ou seja, ciclicamente descem do Céu à Terra os Avataras ou Messias. O termo Salém designa a “Cidade da Paz”, arquétipo sobre que se construiu Jerusalém, e veio a ser o nome da Morada oculta do “Rei do Mundo”, chamada nas tradições transhimalaias de Agharta e Shamballah, correspondendo ao Paraíso Terrestre, ao Éden Primordial que a Mítica Lusitana insiste em identificar ao vindouro Quinto Império do Mundo que trará um Reinado de Felicidade e Concórdia com o Imperador Universal, Melki-Tsedek, a dirigi-lo.
Melki-Tsedek tinha o seu equivalente no Antigo Egipto na função de Ptah-Ptahmer; na Índia, é chamado Chakravarti e Dharma-Raja; os antigos Rosacruzes reconheciam-no como Imperator Mundi Pater Rotan, e foi assim que a Maçonaria o reconheceu no século XVIII, consignando-o Maximus Superius Incognitus, para todos os efeitos, o Imperador Universal.
No século XII, na época do rei S. Luís de França, os relatos das viagens de Carpin e Rubruquis invés de referirem os nomes de Melki-Tsedek substituíram-no pelo do Preste João que morava num país misterioso no Norte da Ásia distante. Preste significa tanto “Pai” como “Presbítero”, e João é referência tanto ao Anunciador do Messias, João Baptista, quanto ao Apóstolo João Evangelista que escreveu o Apocalipse, sendo referência óbvia ao Sacerdócio do Rei do Mundo, insistindo as três religiões do Livro (judaica, cristã e islâmica) que será por Ele que haverá um Reinado de Concórdia Universal sobre a Terra.
As primeiras notícias do Presbítero chegaram à Europa em 1145, quando Hugo de Gebel, bispo da colónia cristã do Líbano, informou o Papa da existência de um reino cristão situado “para lá da Pérsia e da Arménia”, governando por um Rei-Sacerdote chamado Iohannes Presbyter (João, o Presbítero, isto é, Sacerdote, Ancião) e que seria descendente de um dos Reis Magos que visitaram o Menino em Belém.
Mas o primeiro documento conhecido sobre esta misteriosa personagem, é a famosa Carta do Preste João endereçada em 1165 a Manuel Comneno, imperador bizantino de Constantinopla, assim como a Barba-Ruiva, imperador da Alemanha, e ao Papa Alexandre III, parecendo que o documento tem a sua origem em Portugal. Isto porque a versão mais antiga do texto original data dos finais do século XIV e encontra-se no Cartório do Mosteiro de Alcobaça, mas que foi impressa pela primeira vez em língua italiana, em Veneza, no ano 1478, onde se inspiraram outras obras, também na mesma língua, como a versão rimada do Tratacto del maximo Prete Janni (Veneza?, 1494), de Giuliano Dati, tudo próximo da época em que o viajante Marco Pólo regressou Oriente a Veneza falando da existência do Preste João, como soberano da Igreja etíope. Por outra parte, ao longo dos séculos XV e XVI aparece uma série de cartas enviadas pelo Preste João da Índia aos soberanos portugueses (D. João II, D. Manuel I e até D. Sebastião que, diz-se, recebeu uma embaixada no Preste João nos seus paços em Lisboa), que por sua vez enviam embaixadas à corte daquele, como foi o caso notável de Pêro da Covilhã, enviado de D. Afonso V.
O mito do Preste João foi amplamente divulgado pelos Templários e veio a servir de principal impulsor do processo das Descobertas Marítimas pelos Portugueses, aparentemente com a intenção de incentivar à conquista cristã de novas terras e obter riquezas fartas, mas realmente estabelecer a ligação de Portugal com o Centro Primordial do Mundo, chamado indistintamente Salém e Shamballah.








                       Texto II - Melkitsedek, o Rei do Mundo 


Quando o Iluminado S. Paulo, na Epístola aos Hebreus, descreve que “Melki-Tsedek não tem pai, nem mãe e tampouco genealogia terrena”, colocou um enigma a decifrar, possibilidade exclusiva da Tradição Iniciática das Idades.
Essa identifica Melkitsedek como uma poderosa Entidade Cósmica da natureza dum Arqueu ou Assura, mais propriamente um KUMARA ou PLANETÁRIO que, há cerca de 18 milhões e meio de anos, decorria a 3.ª Raça-Mãe Lemuriana, projectou-se desde o 5.º Globo da 5.ª Ronda da 5.ª Cadeia de Vénus no 4.º Globo da 4.ª Ronda da 4.ª Cadeia da Terra, passando a dirigir a sua Evolução e assim auxiliando ao ISHVARA ou LUZEIRO dirigente da nossa Cadeia ou Manvantara, sob cujo Desígnio esse PLANETÁRIO DE RONDA ficou, conhecido nas tradições teosóficas como SANAT KUMARA, o CHAKRA-VARTI, ou seja, “Aquele em torno do qual tudo se move sem que Ele se mova”, isto é, “imutável na sua permanência dinâmica”.
Sobre o assunto, respigo umas quantas linhas a um texto teúrgico reservado que diz a dada passagem:

Foi durante a transição da 3.ª para a 4.ª Sub-Raça que veio firmar-se decisivamente em Bhumi (a Terra) a estrutura da GRANDE FRATERNIDADE BRANCA com SANAT KUMARA à testa, faz cerca de 18 milhões e meio de anos, por altura da Grande Iniciação Colectiva do Género Humano conferida pelos SENHORES DE VÉNUS, os PITRIS KUMARAS FLAMEJANTES provenientes de Vénus (ou Shukra), alter-ego da Terra e uma Cadeia adiante desta.
Isso correspondeu à acção empreendida por ARABEL (o 5.º Luzeiro) e sua Corte de MAKARAS e ASSURAS de coadjuvarem A Evolução Humana, pelos motivos kármicos suscitados por LUZBEL (o 3.º Luzeiro) na anterior Cadeia Lunar.
A formação de uma Grande Loja de Deuses humanizados na Terra, os quais vieram a iniciar os humanos mais adiantados da Raça Lemuriana e que adentraram a Raça seguinte, a Atlante, já como Adeptos Perfeitos, viria muito mais tarde, durante a 5.ª Raça Mãe Ariana, essa formação ou estruturação a ser designada pelos Adeptos e Iniciados da Soberana ORDEM DE MARIZ de PRAMANTHA ou CRUZEIRO MÁGICO A LUZIR.
Diz a Tradição das Idades que 888 deuses humanizados advieram sobre a Terra acompanhando o divino SANAT KUMARA, tendo sido então que Ele se entroncou decisivamente aos destinos deste 4.º Globo tornando-se o 4.º REI DO MUNDO, MELKITSEDEK, ROTAN, CHAKRAVARTI ou PLANETÁRIO DA RONDA. Coadjuvaram-no na manifestação avatárica sobre a Terra, ocupando o Animal Esfingético que AKBEL lhe cedeu, os seus 3 Irmãos Kumaras das 3 Rondas anteriores de BhumiSanat Kumara, por seu turno, era na época um Avatara de ARABEL – LUZEIRO DE VÉNUS.
Foi Ele quem deu início à Grande Loja Branca dos Mestres Justos e Perfeitos, essa que na Índia é chamada de SUDHA-DHARMA-MANDALAM, “Excelsa Fraternidade Branca”, no Tibete de Confraria dos BHANTE-JAULS, “Irmãos de Pureza”, distinguidos pelas suas roupagens e faixas amarelas-azuis, e que a Igreja Cristã cognomina poeticamente de COMUNHÃO DOS SANTOS E SÁBIOS.

O Professor Henrique José de Souza referiu-se a essa Excelsa Fraternidade dos Mestres Espirituais do Mundo, num texto publicado numa antiga revista “Dhâranâ”, como sendo a MAÇONARIA UNIVERSAL ou a IGREJA DE MELKITSEDEK.
Diz ainda a Tradição Iniciática das Idades que a Pedra Tríplice da Fundação da Excelsa Fraternidade é alegorizada pelo TRIGO ou CEREAL, MEL ou ABELHA e FORMIGA que os SENHORES DE VÉNUS trouxeram como dádiva para a Terra, no fundo assinalando os três Caminhos ou Margas por que o Homem evolui, ou seja, TRIGO para JNANA-MARGA (Conhecimento), MEL para BHAKTI-MARGA (Devoção) e FORMIGA para KARMA-MARGA (Acção). Sobre isto, disse o Professor Henrique José de Souza:

Pão substancial, que tanto a ricos como a pobres alimenta, aquele que é feito puramente com TRIGO, como o mais precioso de todos os cereais, se as próprias escrituras sagradas – desde tempos imemoriais – o incluem na vida de todos os Itinerários místicos, ou sejam as excelsas figuras dos Manus conduzindo os seus Povos à Terra Prometida, se aquelas donde vinham começavam a ser destruídas… pelo mesmo ciclo em franca decadência para um outro portador de melhores dias para os eleitos, que são sempre os que ficam fiéis à Lei!
Escrituras mais antigas ainda, formam uma Tríade espiritual entre o TRIGO, o MEL e a FORMIGA “trazidos pelos Senhores de Vénus para a Terra”, cujo simbolismo é: o TRIGO como alimento sintético para o Corpo; o MEL, que tanto vale pela “ambrósia dos Deuses”, alimento da Alma, ou “Pão espiritual”, embora que o Espírito propriamente dito seja o responsável directo pela sua evolução, segundo aquela judiciosa afirmação de Plutarco de que “enquanto vivemos na Terra, o nosso Corpo a ela pertence (“volta à terra o que à mesma pertence”… pois que pó és e em pó te tornarás), a Alma à Lua e o Espírito ao Sol”, o que vale por “três três Pessoas distintas e uma (UNIDADE) só verdadeira”…
Quanto à FORMIGA, o próprio Karma que obriga o Homem “a ganhar o pão com o suor do seu rosto”, na ampla extensão das suas sete interpretações cabalísticas, sejam materiais ou físicas, científicas, filosóficas ou religiosas, etc., etc.
Na Vedanta, são os 3 Caminhos que conduzem o Homem à Meta desejada: Jnana, ou do Conhecimento, Iluminação, Sabedoria Perfeita, por outro nome, TEOSOFIA;Bhakti, Amor, Devoção, etc., porém no seu verdadeiro sentido, que é o equitativo para todos os seres da Terra. Nenhum ideal superior ao da Fraternidade Universal da Humanidade, sem distinção de crença, casta, cor, etc. E finalmente ou terceiro ou Karma, como Acção e Reacção, Compensação, Distribuição, etc., na razão do “quem com ferro fere, com ferro será ferido”, símil também do “dente por dente, olho por olho”. É o Caminho central por onde palmilha a Humanidade inteira, justamente por se ter afastado dos dois Caminhos laterais, como as duas conchas da Balança donde Karma é o fiel.

Essas três Dádivas dos 3 KUMARAS – DHYANANDA, SUJAT, SANATANA – trazidas para a Terra pelo 4.º SANAT, têm correspondência com As três Oferendas trazidos pelos 3 REIS MAGOS ao Menino Deus, o CRISTO, nascido no APTA Presepial da Gruta Jina de Belém, tanto que eles eram os Avataras respectivos desses Deuses Primordiais, mas aí como “Kumaras Secundários” ou Humanos rendendo Homenagens ao “Rei dos Reis”, o Imperador Universal como Sacerdote Eterno da ORDEM DE MELKITSEDEK, da qual é o CORAÇÃO FLAMEJANTE – JEFFERSUS o CRISTO.
ORDEM DE MELKITSEDEK ou Excelsa FRATERNIDADE BRANCA, tanto vale, sendo que os principais 49 Adeptos Independentes da mesma perfilam-se Apóstolos do CRISTO UNIVERSAL, o mesmo CHENRAZI AKTALAYA MAITREYA expressando fidedignamente MELKITSEDEK desde o Coração da Terra, AGHARTA, sobre o Corpo da mesma, toda a Face da Terra, palco do Teatro da Evolução de tudo quanto nesta vive.
Os três Reis Magos, expressando a Trindade Aghartina na cúspide do Governo Oculto do Mundo, ofereceram ao AVATARA DO CICLO DE PISCIS: MAHIMA ou MELCHIOR (“Meu Rei é Luz”) depõe aos pés de Cristo o OURO e saúda-o como REI (ADONAI-TSEDEK ou KARMA-TAMA); MAHANGA ou GASPAR (“Aquele que vai vigiar”) oferece-lhe INCENSO e saúda-o como SACERDOTE (KOHEN-TSEDEK ou DHARMA-RAJA); BRAHMATMÃ ou BALTASAR (“Deus manifesta o Filho”) dá-lhe a MIRRA, perfume de Vénus como bálsamo da incorruptibilidade, e homenageia-o como PROFETA (MELKI-TSEDEK ou RIGDEN-SATVA).
As Dádivas dos Senhores de Vénus têm eco no episódio inicial no Antigo Testamento de Abraão prestando o dízimo do Karma da sua Raça a Melkitsedek, enquanto no Novo Testamento tem-se o episódio secundário das Oferendas dos Reis Magos a Jesus Cristo. Reflectem, respectivamente, a INICIAÇÃO e a CONFIRMAÇÃO, a Realeza e o Sacerdócio do Senhor do Mundo. Ao todo, seis dádivas assim inter-relacionadas:

MEL – MIRRA = ESPÍRITO
FORMIGA – INCENSO = ALMA
TRIGO – OURO = CORPO

E Melkitsedek agracia Abraão ou Ab-Ram com o Rito do Pão e do Vinho, ministério confirmado por Cristo aquando da Última Ceia ao ungir o Vinho do Céu e o Pão da Terra, este expressando ao PLANETÁRIO e aquele ao LUZEIRO.

VINHO = LUZEIRO (CÉU)
PÃO = PLANETÁRIO (TERRA)

Depois de ter recebido o Ministério de Melkitsedek, Abraão teve a visão de Deus em Siquém, junto ao carvalho de Moré. Mas Siquém é SIKKIM, a “Essência Avatárica”, e portanto significará que atingiu a Iluminação Integral nesse lugar cananeu. Facto reforçado pelo simbolismo do carvalho, indicativo de TEMPLO ou “Lugar Sagrado”, de Moré, antes, MOREB, “onde o Sol se põe”, ou seja, OCCIDIS, o OCIDENTE em cujo extremo ocidental do Mundo está hoje uma outra Montanha Sagrada de MOREB… em pleno coração do Brasil, a Brasa do Fogo Sagrado.
No texto teúrgico reservado citado mais atrás, falou-se no “Animal Esfingético” ou ESFINGE cuja forma foi animada por algum tempo por Sanat Kumara nesses tempos longínquos da Lemúria. Razão porque os antigos egípcios reconheciam o divino PTAHMER na figura da Esfinge já não de carne mas de pedra, contudo, o mais perfeito símbolo sintético da Evolução dos 4 Reinos Naturais ao mesmo tempo exprimindo as 4 Hierarquias Criadoras a ver com o desenvolvimento dos mesmos.
Com efeito, as quatro características anímicas ou animais dessa figura fabulosa estão igualmente patentes na Bíblia, tanto nos 4 Animais da “Visão de Ezequiel” quanto nos animais iconográficos dos 4 Evangelistas. Tal simbologia da Esfinge é notável porque representa o Universo vivente. De maneira que prefigura as 4 Cadeias ou Manifestações Cósmicas por que a Terra já passou: as asas de Águia alegorizam a 1.ª Cadeia de Saturno (onde se desenvolveu a Hierarquia dos Assuras ou Arqueus, correspondendo ao estado Mineral da Humanidade); as garras de Leão representam a 2.ª Cadeia Solar (em que evoluiu a Hierarquia dos Agnisvattas ou Arcanjos, a ver com o estado Vegetal da Humanidade); a cabeça de Homem e seios de Mulher (desde logo denotando a sua característica Andrógina) assinalam a 3.ª Cadeia Lunar (a dos Progenitores da Humanidade que então estava no estado Animal, ou seja, a dos Barishads ou Anjos); os flancos de Touro assinalam a actual Cadeia Terrestre (onde evolui a Hierarquia Jiva ou Humana). A Esfinge por inteira simboliza, pois, a Unidade Imperecível, o Andrógino Alado – cujo modelo de perfeição é o próprio Melkitsedek como Kumara ou “Caprino” no topo do esquema de Evolução Planetária – que haverá de caracterizar a 5.ª Cadeia de Vénus (da Terra) ainda em formação.
Sendo o Planetário da Ronda em que se reflecte o Logos da Cadeia, Melkitsedek é o “Grande Chakra”, o Chakravarti em que o Logos Planetário se manifesta como Deus agindo pela sua Consciência assim idealizando e dirigindo toda a Evolução dos 4 Reinos na actual 4.ª Ronda que vem a reunir a experiências das 3 Rondas anteriores e que perfazem a Natureza inteira como ora se vê no Mineral, no Vegetal, no Animal e no Hominal. Tendo o seu Corpo Flogístico presente no Centro Ígneo do Mundo –Shamballah – servindo de “Regato Vital”, “Capa” ou intermediário entre a Hierarquia Branca e a Divindade da Terra, Melkitsedek reparte-se em 5 partes pelos vários Reinos assim corporificando-se o próprio TETRAGRAMATON como Pentalfa Luminoso. Senão, vejamos:

Face da Terra – Sexo – Pritivi (Terra) = Sol em Escorpião
Badagas – Baço – Apas (Água) = Lua em Caranguejo
Duat – Estômago – Tejas (Fogo) = Marte em Balança
Agharta – Coração – Vayu (Ar) = Saturno em Leão
Shamballah – Cabeça – Akasha (Éter) = Vénus em Marte

“Vénus em Marte” equivale à Mãe Divina, corporificando o Terceiro Aspecto do Logos como ESPÍRITO SANTO, agindo por seu Divino Filho, este o Cristo Universal “aparelhado” ao próprio Rei do Mundo, por em sua função ser o Supremo Instrutor de Homens e Anjos. Pois bem, a CABEÇA COROADA pelo resplendor espiritual do Chakra Sahasrara (Coronal) de MELKITSEDEK em SHAMBALLAH reparte-se em cinco quintos, onde cada 1/5 vem a representar a Evolução já realizada por um Reino da Natureza desde o seu início na Terra até ao momento actual da Evolução dirigida pelo mesmo REI DO MUNDO, arquétipo universal das realizações já alcançadas e a alcançar pelos 5 Reinos da Natureza. Assim, tem-se:
1) 1/5 na parte traseira ou hemisfério cerebral esquerdo representando a Pedra Sagrada AG-ZIN-MUNI de MANU, síntese de todas as experiências evolucionais do Reino Mineral;
2) 1/5 na parte traseira ou hemisfério cerebral direito representando a Árvore Sagrada MAG-ZIN-MUNI de YAMA, síntese de todas as experiências evolucionais do Reino Vegetal;
3) 1/5 na face dianteira esquerda ou feminina representando o Animal Sagrado TUR-ZIN-MUNI de KARUNA, síntese de todas as experiências evolucionais do Reino Animal;
4) 1/5 na face dianteira direita ou masculina representando o Homem Sagrado RABI-MUNI de ASTAROTH, síntese de todas as experiências evolucionais do Reino Hominal;
5) 1/5 no cerebelo central ou andrógino representando o Anjo Sagrado ASTAR-MUNI de ARDHA-NARISHA, síntese de todas as experiências evolucionais do Reino Espiritual.

Com efeito, até 26 de Maio de 1948 quem dirigiu os destinos da Terra foi o 4.º Kumara SANAT, agindo sobre a Terra através do seu veículo físico RIGDEN-DJYEPO (“Rei dos Jivas”), ambos na representação do 4.º Ishvara ATLASBEL. Daí em diante, os destinos do Mundo passaram a estar a cargo do comando do 5.º Kumara ARDHA-NARISHA, agindo sobre a Terra através do seu veículo físico AKDORGE, ambos na representação do 5.º Ishvara ARABEL. Assim o Futuro começou a tomar forma no Presente, através das projecções do mesmo pelos Deuses de Shamballah agindo neste 4.º Globo. Em consequência disso, em 1 de Julho de 1948 a 4.ª Hierarquia Humana ficou definitivamente formada e firmada na Terra, como informam os anais reservados da Grande Loja Branca.

Brasil Fenício (fonte: Eubiose)

Segue o texto que inspirou o nome deste grupo e que servirá de referência para a nossa primeira reunião (28.09.2016).


B R A S I L  F E N Í C I O
 Hernani M. Portella

A nomeada dos Fenícios como intrépidos navegadores é um dos axiomas da história antiga. Eles empreenderam longas viagens no interesse de seu comércio, nos diz Diodoro de Sicília; estabeleceram numerosas colônias na Europa, na África e não temeram mesmo transpor as colunas de Hércules e navegaram sobre o grande Oceano.
Não é, pois, de admirar que estas frotas abordassem as Índias e as praias da América. Conheceram então as ilhas da América Central, as Antilhas, quer dizer, “Atlantilhas” (as pequenas Atlântidas).
Mil anos antes de Cristo, essas ilhas eram ainda maiores, e no lugar onde hoje está o mar Caríbico, havia ainda um grande pedaço de terra firme, chamada “Caraíba” (isto é, Terra dos Carás ou Caris). Nessa Caraíba e nas ilhas em redor viviam naquela época as sete tribos da nação tupi, que foram refugiados da desmoronada Atlântida.
Chamaram-se Caris, e eram ligados aos Povos Cários, do mar Mediterrâneo.
Os sacerdotes deram-lhe o nome “tupi” que significa filho de Tupã.
O país Caraíba, porém, teve a mesma sorte que a Atlântida. Todos os anos desligava-se em pedaços, até que desapareceu inteiramente, afundando no mar. Os Tupis salvaram-se em pequenos botes, rumando para o continente, onde está hoje a República da Venezuela. O nome da capital CARACAS prende-se a esta origem.
Os fenícios tiveram conhecimento dessa região e resolveram levar os Tupis em seus navios para o norte do Brasil. Quando chegaram os primeiros padres contaram-lhes os piagas (pajés) aqueles acontecimentos do passado. Disseram que a metade da população das ilhas, ameaçadas pelo mar, retirou-se em pequenos navios para a Venezuela, mas que morreram aos milhares, na travessia. A outra metade foi levada em grandes navios para o sul, onde encontraram terras novas e firmes.
Varnhagen, Visconde de Porto Seguro, confirma, na sua “História Brasileira”, que essa tradição, a respeito da integração dos Caris (Tupis de Caraíba), para o norte do continente sul-americano, vive ainda entre o povo indígena da Venezuela.
O padre Antonio Vieira, o grande apóstolo dos indígenas brasileiros, assevera em diversos pontos de seus livros, que os Tupis-Nambás, como os Tabajaras, contaram-lhe que os povos Tupis imigraram para o norte do Brasil, pelo mar, vindos de um país que não existia mais.
Os Tabajaras diziam-se o povo mais antigo do Brasil. E explica, o erudito historiador Schwennhagen, qual o fim desejado pelos Fenícios com a imigração dos Tupis para o Brasil. Um povo auxiliador para sua grande empresa; um povo inteiro que assim identificou os seus interesses nacionais com os interesses da pátria.
Os outros que chegaram do Mediterrâneo, permaneceram sempre estrangeiros; ficaram em relação com a sua antiga pátria e pensavam voltar para a mesma, logo fosse possível.
Os Tupis não podiam voltar; sua pátria fora vítima da fúria do mar. Procuravam uma nova pátria, uma Terra da Promissão, destinada para eles por Tupã, como disseram seus sacerdotes.
Os Fenícios tinham simpatia pelos Tupis, que eram da mesma estirpe dos povos Cários; entenderam sua língua geral “do bom andamento”; eram brancos, um pouco amarelados, como todos os povos do sul da Europa e da Ásia Menor, e tinham uma religião com sacerdotes, semelhante à organização religiosa dos Fenícios.
Além disso, eram agricultores e tinham um caráter guerreiro. Um tal povo, transferido para o continente brasileiro e nele domiciliado com o auxílio dos Fenícios poderia tornar-se um bom aliado desses.
Os antigos historiadores citam diversos outros exemplos de imigração de povos, com o auxílio e os navios dos Fenícios. Isso foi um dos meios eficazes de que se serviam para assegurar as suas espalhadas colônias.
Colocada a fundação de Cartago no espaço de 850 a 840 antes de Cristo e a colônia fenícia de Byrsa em 1240 antes de Cristo, verificamos que esta ficou bem fortificada para poder servir como um ponto estratégico da estrada marítima que liga a Bacia Oriental do Mar Mediterrâneo à sua Bacia Ocidental.
Nesse sentido ganhou a pequena cidade de Byrsa uma certa importância no movimento marítimo.
No ano 800 antes de Cristo deu-se uma tragédia na família real de Tyro, mas não conhecemos exatamente nem os fatos nem os nomes dos implicados, diz textualmente o ilustre historiador, Schwennagen.

O grande Champollion brasileiro que teve o nome de Bernardo Silva Ramos, como o mais estudioso da pré-história brasileira, decifrou, na Pedra da Gávea, “naquelas simples ranhuras do tempo” o seguinte: “TYRO FENICIA BADEZIR YETBAAL”. E o leitor inteligente, que conhece as inscrições da Pedra da Gávea, isto é, TYRO FENÍCIA YETBAAL PRIMOGÊNITO DE BADEZIR, conforme interpretou o Dirigente da Sociedade Teosófica Brasileira (EUBIOSE), professor Henrique José de Souza, com justa razão pensará que a mesma se acha estreitamente ligada com tudo quanto acabamos de transcrever, da valiosa obra do eminente historiador e filósofo Ludovico Scwennhagen.
Em 1839, no reinado de D. João VI, visando a obtenção da tradução de inscrições rupestres existentes na Pedra da Gávea, foi nela efetuada uma exploração por mestre frei Custódio Alves Serrão, padre da Ordem do Carmo, e formado em Teologia na Universidade de Coimbra.
Mestre frei Custódio, após visto e compilado as inscrições gravadas na Pedra da Gávea, afora estar carcomida pelo tempo, classificou-a possivelmente como fenícia, em sua memória e estudo, organizado após acuradas investigações ali realizadas.





Esta memória que a crônica antiga registrou, foi entregue à Secretaria do Estado, no Reinado de d. João VI. Desapareceu lamentavelmente, no meio das “papeladas oficiais”.
Diz Schwennhagen em suas obras que a Restinga de Marambaia é uma obra ciclópica dos Fenícios, contando com mais de 16 quilômetros de comprimento, constituindo uma grande paliçada formada por uma linha de pedras, tentando ligar a península de Guaratiba com a linha do Pico.
O objetivo dos Fenícios com a restinga era a formação de um enorme viveiro de conchas margaritíferas.
Todos estes depoimentos são para que o leitor não tenha dúvidas quanto à estada dos Fenícios no Brasil. Mas aquele fato citado por Schwennhagen que no ano 800 antes de Cristo deu-se uma tragédia na família real de Tyro, dele não conhecemos exatamente nem os fatos nem os nomes dos implicados.
Quanto a esta parte transcrevemos o artigo do Dirigente da Sociedade Teosófica Brasileira (EUBIOSE), o prof. Henrique José de Souza e que já foi publicado em numero anterior desta revista e que diz: “Tyro era a capital da Fenícia. Nela estava firmada a Corte do rei Badezir, então viúvo. Do seu consórcio nasceram oito filhos. O primogênito, como bem decifrou Bernardo Ramos, chamava-se YETBAAL (o deus branco).
Os outros sete irmãos o odiavam por ter sido aquele a quem Badezir mais amava seja pelos seus dotes espirituais, seja pela sua alta inteligência, por isso mesmo o seu melhor conselheiro. Os próprios sacerdotes o respeitavam e muito o queriam.
Entretanto, já de certo tempo, se tramava na corte a expulsão do Imperador (pai) e de seus dois filhos, pois que o primogênito não era mais do que uma parelha de seres irmãos gêmeos.
Finalmente, eis que chega o momento da expulsão que, diga-se de passagem, não foi levada a efeito pelo sangue de irmãos, nem pelo próprio povo que antipatizava com os sete filhos de Badezir, amando e respeitando os dois primeiros, assim como ao próprio Imperador, pela sua virtude e obediência às coisas divinas.
Com essa revolta, insuflada por alguns elementos das castas militar e religiosa, o País passou de Império a República. A flotilha que foi armada para trazer o rei, os príncipes, escravos, sacerdotes e alguns elementos do povo que ficaram fiéis aos mesmos, era composta de SEIS NAVIOS; no primeiro vinham Badezir, os dois filhos, oito sacerdotes, cujo primeiro ou oitavo, como Sumo Sacerdote, tinham o nome Baal-Zin (o deus da Luz ou do Fogo), dois escravos núbios fiéis aos seus dois senhores, e a marinhagem, acompanhada de soldados que deveriam voltar depois ao antigo Império fenício... Nos outros navios, além de gente do povo, vinham mais 49 militares, também expulsos do País, por terem ficado ao lado do rei Badezir e seus dois filhos mais velhos... E mais 222 que, a bem dizer, era a elite do povo fenício.
E assim, vieram em demanda às novas plagas, cujo nome BRASIL não se origina da cor de brasa da madeira que tem esse nome (pau brasil) e, sim, do nome do Rei fenício BADEZIR (Basil ou Brasil).
Vieram esses novos habitantes por força de Lei preparar o Brasil-Fenício para o Brasil-Íbero-Ameríndio, descoberto por Cabral, secundando por Colombo. Duas cortes ficaram então constituídas: a temporal, pelo rei Badezir, pelos sacerdotes, etc. etc., e que ocupavam toda a região que vem do Amazonas até Salvador (Bahia).
E desta região até onde é hoje o Rio Grande do Sul, ficava a corte espiritual, dirigida por YETBAAL, na sua forma dual, acompanhado pelos dois escravos núbios, pelos 222 elementos da elite fenícia... e algumas outras pessoas que não vem ao caso apontar.

As forças de involução, que incessantemente preparam ciladas para obstaculizar a marcha heróica da mônada e o triunfo da Lei e as realizações da evolução, interferiram e os divinos irmãos foram sacrificados.
Quem se der ao prazer de ler a magnífica obra “Aquém da Atlântida”, do ilustre acadêmico patrício, Dr. Gustavo Barroso, encontrará uma passagem muito interessante que fala numa “ilha Brasil”, em cuja entrada da barra havia uma certa Mano Satanias que fazia soçobrar as embarcações que ousassem atravessar a barra.
Tal passagem possui maior amplitude interpretativa quando se souber que dentro da PEDRA DA GÁVEA, além de duas múmias colocadas uma junto à outra sobre uma mesa de pedra, nos pés também se acham duas outras dos dois escravos núbios aos quais nos referimos anteriormente, sendo que na cabeceira se encontram dois jarrões contendo flores em parafina, etc.
E dos lados, em dois vasos canópicos, como outrora nos túmulos faraônicos do velho Egito, os manes das duas referidas múmias... E mais adiante, depois de uma rampa que vai dar ao mar, pela parte traseira da mesma pedra – como esfinge fenícia a que é – uma barquinha de teto esmaltado de azul, movida por uma roda que ia ter à pequena hélice, na popa, sendo acionada pelo referido escravo núbio. Pelo que se vê, o “casal”, cujas múmias se acham sobre as duas mesas de pedra, outras não são senão “a parelha primogênita de Badezir”, do mesmo modo que o escravo (pois a escrava morrei alguns anos depois) que movia a barquinha, e que soçobraram na baia que hoje tem o nome de Guanabara, cujo trabalho seria a tessitura da outrora chamada NISH-TAO-RAM (Nictheroy ou o Caminho Iluminado pelo Sol) com o Rio de Janeiro de hoje, como se dissesse que preparavam o alicerce da mais excelsa obra que deveria tomar forma na referida região.
Quando Badezir veio a saber da morte de seus dois filhos, correu pressuroso, em companhia do Sumo Sacerdote Baal-Zin e de um mago (médico e mumificador), chegando, infelizmente, muitos dias depois.O choque moral e sua própria idade, concorreram para que ele durasse pouco tempo. Mas, antes de morrer, pediu ao supracitado sacerdote que, “logo isso acontecesse, mumificasse o seu corpo, deixando-o ao lado dos dois filhos durante sete anos, findo os quais, deveria ser transportado para certa região do Amazonas”, onde até hoje se acha, num pequeno santuário oculto nas referidas selvas.

Os Tamoios chamavam a “Pedra da Gávea” de METACARANGA, fazendo referência à “cabeça coroada”. A inscrição da “Pedra da Gávea” é uma das muito e enigmáticas inscrições rupestres – litogrifos em linguagem erudita ou itacotiara, em língua indígena, e a própria pedra sugere uma esfinge fenícia, com corpo de bovino, asas que se levantam dos flancos e cabeça de um homem barbado com um barrete alto e que é ao mesmo tempo um TEMPLO e um TÚMULO.
O templo foi dedicado a Badezir e o túmulo a seus filhos gêmeos YETBAAL.
Terminou a tragédia e a tentativa milenar da implantação de um reino divino em nossas terras.
Para então começar uma nova era, Brasil, berço do Avatara! 





Da natureza Moral do Grupo de Estudos

O Grupo de Estudos Badezir é um grupo de estudos esotéricos e culturais que não admite a separação entre as Religiões, tendo em vista de que todas, “em sua pedra angular”, por assim dizer, partilham das mesmas verdades profundas acerca da existência, a respeito dos mecanismos de seu funcionamento, a respeito de sua natureza real. Portanto, nenhuma delas difere em essência quanto à verdade, quanto à sabedoria, mas tão somente quanto aos nomes, às nomenclaturas, às formas, e nenhuma Religião é superior à Verdade!

Porém, as Religiões atuais são separatistas. Fracassam enquanto instituições, mas as bases sobre as quais estão assentadas e sobre as quais foram verdadeiramente erigidas, não: essas ficam, por assim dizer, “impassíveis”, “intocáveis” “imaculadas”, “virginais”, “puras”, pois que nasceram dos ensinamentos dos sábios, do sangue dos santos, cuja sabedoria historicamente é morta pela letra que mata, pela palavra que destrói, pelas interpretações errôneas, e pelo egoísmo que domina os sacerdotes, sempre que dos sábios se quis construir grandes Igrejas, ficando muitas vezes a própria Sabedoria mais próxima de pequenos grupos, ocultos, do que de grandes multidões, o que, com efeito, não é nenhuma novidade, mas a verdadeira rotina, nesse quesito, do curso dos séculos.

Daí que a incoerência perpetue-se em todas as Religiões no mundo contemporâneo, já que, ao invés de lograrem unificar a humanidade numa só consciência, por assim dizer, num só caminho que leve realmente em direção a uma sociedade perfeita, regida pela justiça, pela razão e pelo amor, realizando assim uma verdadeira Revolução... ao contrário, agem despoticamente, ano trás ano, década trás década, século trás século, milênio trás milênio, era trás era, de maneira sempre dissolvente, apesar de todos os discursos, vivendo aparentemente para negar e negar umas às outras, assim como, ao fim, a própria vida, como que sem término, estúpidas que são, a bem dizer, egoístas que são, mercadológicas que são, e isto, também, a exemplo da política, tão materialista e de tão baixo nível, também tão desintegradora e tão pérfida!

Nada disso nos satisfaz. É o contrário do que defendemos e do que anelamos como ideal.

É bem verdade que as Religiões estão falidas, assim como a Política e assim a como a Filosofia. Todas necessitam renascer. Nada que continue a nos separar poderá nos unir. Porém, não se busca a união que se dê através da arbitrariedade, através da pena e dos lábios vazios e incongruentes, da mentira ou do erro, da desonestidade e da covardia, da eliminação das diferenças, das quais constitui-se a riqueza do mundo, ou das diversas formas em que a Verdade ou a Sabedoria se reveste ao redor do globo, seja por que via for e em que canto for e através de quem for.

Nada disso nos satisfaz. Queremos, sim, a união que una os povos, verdadeiramente, tão distantes por tantas barbáries; a união que una as religiões, a ciência, a arte, a filosofia, os de esquerda e os de direita... a bem saber, todos! Mas não aceita-se, de modo algum, nenhuma atitude nazista. Toda e qualquer forma de nazismo, tenha qual nome tiver, não pode ser aceita e, no que diz respeito ao Grupo de Estudos Badezir, não será!

Tal ideal de fraternidade não pode existir nem sobreviver em concomitância com falsos ideais de perfeição que buscam tomar a liderança do mundo para o seu próprio benefício partidário ou nacionalista. A sociedade perfeita só pode ser construída conquanto o ser humano seja um perfeito compreendedor da Religião, da Arte, da Filosofia, da Ciência, muito além de qualquer estereótipo e de quaisquer crenças; somente se o ser humano pesquisar e aceitar e viver tais diferentes vertentes, embora todas conectadas intrinsecamente, pois que todas advêm de uma mesma raiz em comum. 

Este sim é um ideal grande e difícil de ser instaurado universalmente. É um ideal tão grande que nossas Religiões e a nossa Política fracassaram e continuam a dar provas cotidianas de que continuarão a fracassar. De fato, não se espera das Religiões nem da Política Revolução alguma. No máximo, espera-se que elas sejam menos corruptas, menos mentirosas e menos desonestas; menos cheias de autoengano e de arrogância.

Tal separação entre as Religiões só é possível por causa do declínio, da decadência ou da pobreza moral e intelectual de todos aqueles que as organizam, que as lideram e que são membros adeptos de suas filosofias, com algumas pouquíssimas exceções. É a mentalidade sectarista, que bem as definem, a causa primeira, derivada do egoísmo, que dá a tônica da cegueira marcante que as corrompem e que, de quebra, corrompe o mundo.

Por conta desse sectarismo, dos discursos dogmáticos, nazistas, incoerentes, desumanos em pró de uma suposta divindade, é que aqueles mais inteligentes e mais sábios se afastam das Religiões organizadas, as religiões exotéricas, e vão em busca de caminhos realmente verdadeiros, meio que às escuras, é bem verdade, sendo que no mais das vezes é quase impossível encontrar um único lugar em que exista, de fato, coerência, sabedoria, magia!    

Vivemos num mundo de falsidade e não menos presente ela se faz nos antros que se dizem mais espiritualistas. Por isso, por quse todos os lados, quase sempre o mesmo fardo: a hipocrisia! Pior para aqueles que assim persistem...

Enfim, não aceitamos qualquer tipo de separação, como as de raça, gênero, cor, condição econômica, etc., nem a separação entre Religião e Ciência, nem entre Arte, Filosofia, Ciência e Religião. Todas, pensamos, devem coexistir em harmonia, e uma enriquecendo a outra, sem preconceitos. Pensamos que a Razão, se verdadeiramente utilizada, levar-nos-ia à felicidade, à ordem. Pensamos que pertence ao passado essas velhas divisões e que não mais, no mundo pós-moderno, possam ser aceitáveis esses tipos de sofismas.  

Por nutrir tais ideais - não de modo geral, aplicado a todos os membros, mas em relação à ordem interna que predomina -, o Grupo de Estudos Badezir caracteriza-se por ser um grupo esotérico de cunho universalista e cuja moral interna não admite nenhuma atitude nazista ou, como atualmente é verdade, de direita. É importante que todos leiam estas palavras para que não haja lacunas nesse sentido.

Este é um grupo humanista, pós-moderno, e de esquerda, embora não necessariamente assim se considerem seus eventuais membros, mas, a rigor, não permitimos partidários da direita em nosso meio nem de qualquer esotérico com ideias racistas. Esses estão banidos sem mesmo terem pertencido! É importante salientar, contudo, que, no fundo, a ordem interna, por meio de minha pessoa representada, não admite, também, a oposição entre esquerda e direita, mas sim e sobre todas as oposições, a aspiração pela Sabedoria, que está muito além de qualquer posição partidária ou de lado. Porém, hoje, verifica-se que, se não é a esquerda... nada há! Se no passado, como é bem verdade, a direita fora verdadeiramente revolucionária, hoje ela é medíocre e antiprogressista. Está morta! Por isso, não podemos aceitar esses que prejudicam o país e que são vis a ponto de discriminarem toda e qualquer pessoa que fuja às suas mentalidades espúrias e preconceituosas.

Enquanto à base teórica – novamente apenas em relação à ordem interna -, ela provém, primeiramente, da Escola de Artêstas e da Eubiose, esta última de modo indireto, já que o organizador deste grupo, que é aquele que leva às reuniões algum tema como mote, não é associado à mesma, mas sim um admirador da Obra Eubiótica e particularmente de JHS, por considerá-lo um homem singular e realmente lúcido, para aquém de todo esoterismo barato e sujo que nos é oferecido por todos os cantos, permeado de erros - atitudes que inclusive permeiam a Eubiose e tantas mais escolas de grande renome -, e para além de toda intelectualidade humanista pseudoiluminada, pseudocoerente, que também tão em voga percorre os antros de esquerda.

Enfim, o Grupo de Estudos Badezir é aberto a todos que queiram encontrar um espaço alternativo às igrejas, templos quaisquer, e às escolas que se dizem esotéricas, mas que mais vendem ilusões do qualquer outra coisa verdadeira, baseado no fato de que, entre todas, dificilmente se verifica uma genuína honestidade moral e uma genuína coerência intelectual entre aqueles que são os seus membros, suas lideranças e seus mestres, dado que é tão comum o preconceito entre elas, de tão variadas formas, preconceito esse que é revelador das contradições desses mesmos meios e da absoluta falta de integridade dos discursos que entoam, por mais eloquentes ou por mais recheados de referências que possam vir a ser; por mais sábios que queiram aparentar, porque vão, apesar de todas as palavras, contra o próprio ideal de fraternidade, ideal máximo e, entretanto, nunca posto em prática.   

Por fim, cabe-me dizer que, de fato, nosso mundo vive uma horrenda mediocridade moral e que aqueles que querem enaltecer a Verdade, por assim dizer, estão fardados a sofrer, como desde sempre, as mais angustiantes notícias e experiências, em pró da própria Humanidade. E que esses - poucos que são -, não permitam que seu saber passe em vão ao largo da vida, nem que se deixem subjugar por aqueles que, enfim, são os maus. Procurem, sim, novos lugares ou, na perspectiva de carecerem, que construam por si mesmos novos lugares, fagulhas de iluminação, reunindo aqueles poucos. Construam as suas próprias cenas! Nosso mundo depende destes poucos, e sem eles não haverá Revolução.