Seguem os dois textos desta semana (05.10.2016)
Texto I - Melkitsedek e Preste João
O
nome Melkitsedek, ou antes, Melki-Tsedek, como é designado na tradição
judaico-cristã, refere-se à função de “Rei do Mundo” na cúspide dirigente de
toda a Evolução Planetária, sendo Aquele que está mais próximo de Deus – o Logos
Planetário – de cuja natureza participa a ponto de se confundir com Ele, mesmo
estando “como a personalidade humana está para a sua individualidade
espiritual”, na mais pálida definição.
Na
Bíblia, tem-se a primeira referência a Melki-Tsedek no Genesis (XIV, 19-20): “E Melki-Tsedek,
Rei de Salém, mandou que lhe trouxessem pão e vinho e ofereceu-os ao Deus
Altíssimo. E bendisse Abraão (…) e Abraão deu-lhe o dízimo de tudo”,
instituindo-se a Ordem de que fala o Salmo 110, 4: “Tu és um sacerdote eterno, segundo
a Ordem de Melkitsedek”. Este é assim definido por S. Paulo na sua Epístola aos
Hebreus (VII,
1-3): “Melki-Tsedek, Rei de Salém, Sacerdote do Deus Altíssimo que saiu ao
encontro de Abraão (…) que o abençoou e a quem Abraão deu o dízimo de tudo, é em
primeiro lugar e, de acordo com o significado do seu nome, Rei da Justiça, e em
seguida, Rei de Salém, isto é Rei da Paz; existe sem pai, sem mãe, sem
genealogia, não tem princípio nem fim a sua vida, mas sendo feito semelhante ao
Filho de Deus, permanece Sacerdote para todo o sempre”.
É
assim que o sacerdócio da Igreja cristã chega a identificá-lo à Terceira Pessoa
da Santíssima Trindade, o Espírito Santo, mantenedor da Tradição Apostólica que
vem do Apóstolo Pedro até ao Presente. De maneira que o Sacrifício de
Melki-Tsedek (o
pão e o vinho) é encarado habitualmente como uma «pré-figuração» da Eucaristia,
pois que o próprio sacerdócio cristão se identifica, em princípio, ao Sacerdócio de
Melki-Tsedek,
segundo a aplicação feita a Cristo das mesmas palavras do Salmo 110, e que no Apocalipse vem a ser a “Pedra Cúbica”
do Trono
de Deus em
que assenta a Assembleia ou Igreja Universal da Corte dos Príncipes ou
Principais do mesmo Rei do Mundo.
O
livro do Génesis e a epístola de S. Paulo
aos Hebreus referindo-se a esse misterioso
Soberano, levou a tradição judaico-cristã a distinguir dois sacerdócios: um,
“segundo a Ordem de Aarão”; outro, “segundo a Ordem de Melkitsedek”. Este
superior àquele, pois se liga do Presente aos Tempos do Advento do Messias,
expressando os Apóstolos, os Bispos e a Igreja do Ocidente. E aquele vincula o
Passado ao Presente, expressando os Profetas, os Patriarcas e a Igreja do
Oriente.
Melki-Tsedek é, pois, ao mesmo tempo, Rei e Sacerdote. O
seu nome significa “Rei da Justiça”, e também é o Rei de Salém, isto é, “Rei da Paz”. “Justiça” e
“Paz” são precisamente os dois atributos fundamentais do “Rei do Mundo”, assim
como do Arcanjo Mikael portador da espada e da balança, atributos
iconográficos psicopompos designativos do Metraton, nisto como intermediário entre o
Céu e a Terra, Deus e o Homem, presença indispensável do Paraninfo mercuriano
ou AKBEL que é quem carrega o ANEL ou ARO prova da ALIANÇA ETERNA DO CRIADOR
COM A CRIAÇÃO, e que na Natureza tem a sua expressão lídima nas sete cores do
espectro do ARCO-ÍRIS, de maneira que sempre que a Humanidade declina em sua
Evolução o ETERNO envia a ela o seu “Filho Primogénito” para restabelecer a Boa
Lei, anular a anarquia e a injustiça e restaurar a Ordem e a Justiça, ou seja,
ciclicamente descem do Céu à Terra os Avataras ou Messias. O termo Salém designa a “Cidade da Paz”,
arquétipo sobre que se construiu Jerusalém, e veio a ser o nome da Morada
oculta do “Rei do Mundo”, chamada nas tradições transhimalaias de Agharta e Shamballah, correspondendo ao Paraíso
Terrestre, ao Éden Primordial que a Mítica Lusitana insiste em
identificar ao vindouro Quinto Império do Mundo que trará um Reinado de
Felicidade e Concórdia com o Imperador Universal, Melki-Tsedek, a dirigi-lo.
Melki-Tsedek tinha o seu equivalente no Antigo Egipto na
função de Ptah-Ptahmer; na Índia, é chamado Chakravarti e Dharma-Raja; os antigos Rosacruzes
reconheciam-no como Imperator Mundi e Pater Rotan, e foi assim que a Maçonaria o
reconheceu no século XVIII, consignando-o Maximus Superius
Incognitus,
para todos os efeitos, o Imperador Universal.
No
século XII, na época do rei S. Luís de França, os relatos das viagens de Carpin
e Rubruquis invés de referirem os nomes de Melki-Tsedek substituíram-no pelo do Preste João que morava num país misterioso
no Norte da Ásia distante. Preste significa tanto “Pai” como
“Presbítero”, e João é referência tanto ao Anunciador do Messias,
João Baptista, quanto ao Apóstolo João Evangelista que escreveu o Apocalipse, sendo referência óbvia ao Sacerdócio
do Rei do Mundo, insistindo as três religiões do Livro (judaica, cristã e
islâmica) que será por Ele que haverá um Reinado de Concórdia Universal sobre a
Terra.
As
primeiras notícias do Presbítero chegaram à Europa em 1145, quando Hugo de
Gebel, bispo da colónia cristã do Líbano, informou o Papa da existência de um
reino cristão situado “para lá da Pérsia e da Arménia”, governando por um
Rei-Sacerdote chamado Iohannes Presbyter (João, o Presbítero, isto é,
Sacerdote, Ancião) e que seria descendente de um dos Reis Magos que visitaram o
Menino em Belém.
Mas
o primeiro documento conhecido sobre esta misteriosa personagem, é a famosa Carta do Preste
João endereçada em 1165 a Manuel
Comneno, imperador bizantino de Constantinopla, assim como a Barba-Ruiva,
imperador da Alemanha, e ao Papa Alexandre III, parecendo que o documento tem a
sua origem em Portugal. Isto porque a versão mais antiga do texto original data
dos finais do século XIV e encontra-se no Cartório do Mosteiro de Alcobaça, mas
que foi impressa pela primeira vez em língua italiana, em Veneza, no ano 1478,
onde se inspiraram outras obras, também na mesma língua, como a versão rimada
do Tratacto
del maximo Prete Janni (Veneza?,
1494), de Giuliano Dati, tudo próximo da época em que o viajante Marco Pólo
regressou Oriente a Veneza falando da existência do Preste João, como soberano
da Igreja etíope. Por outra parte, ao longo dos séculos XV e XVI aparece uma
série de cartas enviadas pelo Preste João da Índia aos soberanos portugueses
(D. João II, D. Manuel I e até D. Sebastião que, diz-se, recebeu uma embaixada
no Preste João nos seus paços em Lisboa), que por sua vez enviam embaixadas à
corte daquele, como foi o caso notável de Pêro da Covilhã, enviado de D. Afonso
V.
O
mito do Preste
João foi amplamente divulgado pelos
Templários e veio a servir de principal impulsor do processo das Descobertas
Marítimas pelos Portugueses, aparentemente com a intenção de incentivar à
conquista cristã de novas terras e obter riquezas fartas, mas realmente estabelecer
a ligação de Portugal com o Centro Primordial do Mundo, chamado
indistintamente Salém e Shamballah.
Texto II - Melkitsedek, o Rei do Mundo
Quando o Iluminado S. Paulo, na Epístola
aos Hebreus, descreve que “Melki-Tsedek não tem pai, nem mãe e
tampouco genealogia terrena”, colocou um enigma a decifrar, possibilidade
exclusiva da Tradição Iniciática das Idades.
Essa identifica Melkitsedek como uma
poderosa Entidade Cósmica da natureza dum Arqueu ou Assura, mais propriamente
um KUMARA ou PLANETÁRIO que, há cerca de 18 milhões e meio de anos, decorria a
3.ª Raça-Mãe Lemuriana, projectou-se desde o 5.º Globo da 5.ª Ronda da 5.ª
Cadeia de Vénus no 4.º Globo da 4.ª Ronda da 4.ª Cadeia da Terra, passando a
dirigir a sua Evolução e assim auxiliando ao ISHVARA ou LUZEIRO dirigente da
nossa Cadeia ou Manvantara, sob cujo
Desígnio esse PLANETÁRIO DE RONDA ficou, conhecido nas tradições teosóficas
como SANAT KUMARA, o CHAKRA-VARTI, ou seja, “Aquele em torno do qual tudo se
move sem que Ele se mova”, isto é, “imutável na sua permanência dinâmica”.
Sobre o assunto, respigo umas quantas linhas a um
texto teúrgico reservado que diz a dada passagem:
Foi durante a transição da 3.ª
para a 4.ª Sub-Raça que veio firmar-se decisivamente em Bhumi (a Terra) a
estrutura da GRANDE FRATERNIDADE BRANCA com SANAT KUMARA à testa, faz cerca de
18 milhões e meio de anos, por altura da Grande Iniciação Colectiva do Género
Humano conferida pelos SENHORES DE VÉNUS, os PITRIS KUMARAS FLAMEJANTES
provenientes de Vénus (ou Shukra), alter-ego da Terra e uma Cadeia adiante
desta.
Isso correspondeu à acção
empreendida por ARABEL (o 5.º Luzeiro) e sua Corte de MAKARAS e ASSURAS de
coadjuvarem A Evolução Humana, pelos motivos kármicos suscitados por LUZBEL (o
3.º Luzeiro) na anterior Cadeia Lunar.
A formação de uma Grande Loja
de Deuses humanizados na Terra, os quais vieram a iniciar os humanos mais
adiantados da Raça Lemuriana e que adentraram a Raça seguinte, a Atlante, já
como Adeptos Perfeitos, viria muito mais tarde, durante a 5.ª Raça Mãe Ariana,
essa formação ou estruturação a ser designada pelos Adeptos e Iniciados da
Soberana ORDEM DE MARIZ de PRAMANTHA ou CRUZEIRO MÁGICO A LUZIR.
Diz a Tradição das Idades que
888 deuses humanizados advieram sobre a Terra acompanhando o divino SANAT
KUMARA, tendo sido então que Ele se entroncou decisivamente aos destinos deste
4.º Globo tornando-se o 4.º REI DO MUNDO, MELKITSEDEK, ROTAN, CHAKRAVARTI ou
PLANETÁRIO DA RONDA. Coadjuvaram-no na manifestação avatárica sobre a Terra, ocupando
o Animal Esfingético que AKBEL lhe cedeu, os seus 3 Irmãos Kumaras das 3 Rondas
anteriores de Bhumi. Sanat Kumara, por seu turno, era
na época um Avatara de ARABEL – LUZEIRO DE VÉNUS.
Foi Ele quem deu início à
Grande Loja Branca dos Mestres Justos e Perfeitos, essa que na Índia é chamada
de SUDHA-DHARMA-MANDALAM, “Excelsa Fraternidade Branca”, no Tibete de Confraria
dos BHANTE-JAULS, “Irmãos de Pureza”, distinguidos pelas suas roupagens e
faixas amarelas-azuis, e que a Igreja Cristã cognomina poeticamente de COMUNHÃO
DOS SANTOS E SÁBIOS.
O Professor Henrique José de Souza referiu-se a
essa Excelsa Fraternidade dos Mestres Espirituais do Mundo, num texto publicado
numa antiga revista “Dhâranâ”, como sendo a MAÇONARIA UNIVERSAL ou a IGREJA DE
MELKITSEDEK.
Diz ainda a Tradição
Iniciática das Idades que a Pedra Tríplice da Fundação da Excelsa Fraternidade
é alegorizada pelo TRIGO ou CEREAL, MEL ou ABELHA e FORMIGA que os SENHORES DE
VÉNUS trouxeram como dádiva para a Terra, no fundo assinalando os três Caminhos
ou Margas por que o Homem evolui,
ou seja, TRIGO para JNANA-MARGA (Conhecimento), MEL para BHAKTI-MARGA (Devoção)
e FORMIGA para KARMA-MARGA (Acção). Sobre isto, disse o Professor Henrique José
de Souza:
Pão substancial, que tanto a ricos como a pobres
alimenta, aquele que é feito puramente com TRIGO, como o mais precioso de todos
os cereais, se as próprias escrituras sagradas – desde tempos
imemoriais – o incluem na vida de todos os Itinerários místicos, ou
sejam as excelsas figuras dos Manus conduzindo os seus Povos à Terra Prometida,
se aquelas donde vinham começavam a ser destruídas… pelo mesmo ciclo em franca
decadência para um outro portador de melhores dias para os eleitos, que são
sempre os que ficam fiéis à Lei!
Escrituras mais antigas ainda, formam uma Tríade
espiritual entre o TRIGO, o MEL e a FORMIGA “trazidos pelos Senhores de Vénus
para a Terra”, cujo simbolismo é: o TRIGO como alimento sintético para o Corpo;
o MEL, que tanto vale pela “ambrósia dos Deuses”, alimento da Alma, ou “Pão
espiritual”, embora que o Espírito propriamente dito seja o
responsável directo pela sua evolução, segundo aquela judiciosa afirmação de
Plutarco de que “enquanto vivemos na Terra, o nosso Corpo a ela pertence (“volta
à terra o que à mesma pertence”… pois que pó és e em pó te tornarás), a
Alma à Lua e o Espírito ao Sol”, o que vale por “três três Pessoas distintas e
uma (UNIDADE) só verdadeira”…
Quanto à FORMIGA, o próprio Karma que
obriga o Homem “a ganhar o pão com o suor do seu rosto”, na ampla extensão das
suas sete interpretações cabalísticas, sejam materiais ou
físicas, científicas, filosóficas ou religiosas, etc., etc.
Na Vedanta, são os 3 Caminhos que
conduzem o Homem à Meta desejada: Jnana, ou do Conhecimento,
Iluminação, Sabedoria Perfeita, por outro nome, TEOSOFIA;Bhakti, Amor,
Devoção, etc., porém no seu verdadeiro sentido, que é o equitativo para todos
os seres da Terra. Nenhum ideal superior ao da Fraternidade Universal
da Humanidade, sem distinção de crença, casta, cor, etc. E finalmente ou
terceiro ou Karma, como Acção e Reacção, Compensação, Distribuição,
etc., na razão do “quem com ferro fere, com ferro será ferido”, símil também do
“dente por dente, olho por olho”. É o Caminho central por onde palmilha a
Humanidade inteira, justamente por se ter afastado dos dois Caminhos laterais,
como as duas conchas da Balança donde Karma é o fiel.
Essas três Dádivas dos 3
KUMARAS – DHYANANDA, SUJAT, SANATANA – trazidas para a Terra pelo 4.º SANAT,
têm correspondência com As três Oferendas trazidos pelos 3 REIS MAGOS ao Menino
Deus, o CRISTO, nascido no APTA Presepial da Gruta Jina de Belém, tanto que
eles eram os Avataras respectivos desses Deuses Primordiais, mas aí como
“Kumaras Secundários” ou Humanos rendendo Homenagens ao “Rei dos Reis”, o
Imperador Universal como Sacerdote Eterno da ORDEM DE MELKITSEDEK, da qual é o
CORAÇÃO FLAMEJANTE – JEFFERSUS o CRISTO.
ORDEM DE MELKITSEDEK ou
Excelsa FRATERNIDADE BRANCA, tanto vale, sendo que os principais 49 Adeptos
Independentes da mesma perfilam-se Apóstolos do CRISTO UNIVERSAL, o mesmo
CHENRAZI AKTALAYA MAITREYA expressando fidedignamente MELKITSEDEK desde o
Coração da Terra, AGHARTA, sobre o Corpo da mesma, toda a Face da Terra, palco
do Teatro da Evolução de tudo quanto nesta vive.
Os três Reis Magos,
expressando a Trindade Aghartina na cúspide do Governo Oculto do Mundo,
ofereceram ao AVATARA DO CICLO DE PISCIS: MAHIMA ou MELCHIOR (“Meu Rei é Luz”)
depõe aos pés de Cristo o OURO e saúda-o como REI (ADONAI-TSEDEK ou
KARMA-TAMA); MAHANGA ou GASPAR (“Aquele que vai vigiar”) oferece-lhe INCENSO e
saúda-o como SACERDOTE (KOHEN-TSEDEK ou DHARMA-RAJA); BRAHMATMÃ ou BALTASAR
(“Deus manifesta o Filho”) dá-lhe a MIRRA, perfume de Vénus como bálsamo da incorruptibilidade,
e homenageia-o como PROFETA (MELKI-TSEDEK ou RIGDEN-SATVA).
As Dádivas dos Senhores de
Vénus têm eco no episódio inicial no Antigo Testamento de Abraão prestando o
dízimo do Karma da sua Raça a Melkitsedek, enquanto no Novo Testamento tem-se o
episódio secundário das Oferendas dos Reis Magos a Jesus Cristo. Reflectem,
respectivamente, a INICIAÇÃO e a CONFIRMAÇÃO, a Realeza e o Sacerdócio do
Senhor do Mundo. Ao todo, seis dádivas assim inter-relacionadas:
MEL – MIRRA = ESPÍRITO
FORMIGA – INCENSO = ALMA
TRIGO – OURO = CORPO
E Melkitsedek agracia Abraão
ou Ab-Ram com o Rito do Pão e do
Vinho, ministério confirmado por Cristo aquando da Última Ceia ao ungir o Vinho
do Céu e o Pão da Terra, este expressando ao PLANETÁRIO e aquele ao LUZEIRO.
VINHO = LUZEIRO (CÉU)
PÃO = PLANETÁRIO (TERRA)
Depois de ter recebido o
Ministério de Melkitsedek, Abraão teve a visão de Deus em Siquém, junto ao
carvalho de Moré. Mas Siquém é SIKKIM, a “Essência
Avatárica”, e portanto significará que atingiu a Iluminação Integral nesse
lugar cananeu. Facto reforçado pelo simbolismo do carvalho, indicativo de
TEMPLO ou “Lugar Sagrado”, de Moré, antes, MOREB, “onde o Sol se põe”, ou seja,
OCCIDIS, o OCIDENTE em cujo extremo ocidental do Mundo está hoje uma outra
Montanha Sagrada de MOREB… em pleno coração do Brasil, a Brasa do Fogo Sagrado.
No texto teúrgico reservado
citado mais atrás, falou-se no “Animal Esfingético” ou ESFINGE cuja forma foi
animada por algum tempo por Sanat Kumara nesses tempos longínquos da Lemúria.
Razão porque os antigos egípcios reconheciam o divino PTAHMER na figura da
Esfinge já não de carne mas de pedra, contudo, o mais perfeito símbolo
sintético da Evolução dos 4 Reinos Naturais ao mesmo tempo exprimindo as 4 Hierarquias
Criadoras a ver com o desenvolvimento dos mesmos.
Com efeito, as quatro
características anímicas ou animais dessa figura fabulosa estão igualmente
patentes na Bíblia, tanto nos 4 Animais da “Visão de Ezequiel” quanto nos
animais iconográficos dos 4 Evangelistas. Tal simbologia da Esfinge é notável
porque representa o Universo vivente. De maneira que prefigura as 4 Cadeias ou
Manifestações Cósmicas por que a Terra já passou: as asas de Águia alegorizam a 1.ª Cadeia de Saturno (onde se desenvolveu a
Hierarquia dos Assuras ou Arqueus, correspondendo ao estado Mineral da Humanidade); as garras de Leão representam a 2.ª Cadeia Solar (em que evoluiu a Hierarquia
dos Agnisvattas ou Arcanjos, a ver com o estado Vegetal da Humanidade); a cabeça de Homem e seios de Mulher (desde logo
denotando a sua característica Andrógina) assinalam a 3.ª Cadeia Lunar (a dos Progenitores da Humanidade que
então estava no estado Animal, ou seja, a dos Barishads ou Anjos); os flancos de Touro assinalam a actual Cadeia Terrestre (onde evolui a
Hierarquia Jiva ou Humana). A Esfinge por inteira simboliza, pois, a Unidade Imperecível, o
Andrógino Alado – cujo modelo de perfeição é o próprio Melkitsedek
como Kumara ou “Caprino” no topo do
esquema de Evolução Planetária – que haverá de caracterizar a 5.ª Cadeia de
Vénus (da Terra) ainda em formação.
Sendo o Planetário da Ronda em
que se reflecte o Logos da Cadeia, Melkitsedek é o “Grande Chakra”, o Chakravarti em que o Logos Planetário se manifesta como Deus agindo pela sua
Consciência assim idealizando e dirigindo toda a Evolução dos 4 Reinos na
actual 4.ª Ronda que vem a reunir a experiências das 3 Rondas anteriores e que
perfazem a Natureza inteira como ora se vê no Mineral, no Vegetal, no Animal e
no Hominal. Tendo o seu Corpo Flogístico presente no Centro Ígneo do Mundo –Shamballah – servindo de “Regato Vital”, “Capa” ou intermediário entre a
Hierarquia Branca e a Divindade da Terra, Melkitsedek reparte-se em 5 partes pelos vários Reinos assim corporificando-se
o próprio TETRAGRAMATON como Pentalfa Luminoso. Senão, vejamos:
Face da Terra – Sexo – Pritivi
(Terra) = Sol em Escorpião
Badagas – Baço – Apas (Água) =
Lua em Caranguejo
Duat – Estômago – Tejas (Fogo)
= Marte em Balança
Agharta – Coração – Vayu (Ar)
= Saturno em Leão
Shamballah – Cabeça – Akasha
(Éter) = Vénus em Marte
“Vénus em Marte” equivale à
Mãe Divina, corporificando o Terceiro Aspecto do Logos como ESPÍRITO SANTO,
agindo por seu Divino Filho, este o Cristo Universal “aparelhado” ao próprio
Rei do Mundo, por em sua função ser o Supremo Instrutor de Homens e Anjos. Pois
bem, a CABEÇA COROADA pelo resplendor espiritual do Chakra
Sahasrara (Coronal) de MELKITSEDEK em SHAMBALLAH reparte-se em cinco
quintos, onde cada 1/5 vem a representar a Evolução já realizada por um Reino da Natureza
desde o seu início na Terra até ao momento actual da Evolução dirigida pelo
mesmo REI DO MUNDO, arquétipo universal das realizações já alcançadas e a
alcançar pelos 5 Reinos da Natureza. Assim, tem-se:
1) 1/5 na parte traseira ou hemisfério cerebral esquerdo representando a
Pedra Sagrada AG-ZIN-MUNI de MANU, síntese de todas as experiências
evolucionais do Reino Mineral;
2) 1/5 na parte traseira ou hemisfério cerebral direito representando a
Árvore Sagrada MAG-ZIN-MUNI de YAMA, síntese de todas as experiências
evolucionais do Reino Vegetal;
3) 1/5 na face dianteira esquerda ou feminina representando o Animal Sagrado
TUR-ZIN-MUNI de KARUNA, síntese de todas as experiências evolucionais do Reino
Animal;
4) 1/5 na face dianteira direita ou masculina representando o Homem Sagrado
RABI-MUNI de ASTAROTH, síntese de todas as experiências evolucionais do Reino
Hominal;
5) 1/5 no cerebelo central ou andrógino representando o Anjo Sagrado
ASTAR-MUNI de ARDHA-NARISHA, síntese de todas as experiências evolucionais do
Reino Espiritual.
Com efeito, até 26 de Maio de
1948 quem dirigiu os destinos da Terra foi o 4.º Kumara SANAT, agindo sobre a
Terra através do seu veículo físico RIGDEN-DJYEPO (“Rei dos Jivas”), ambos na
representação do 4.º Ishvara ATLASBEL. Daí em diante, os destinos do Mundo
passaram a estar a cargo do comando do 5.º Kumara ARDHA-NARISHA, agindo sobre a
Terra através do seu veículo físico AKDORGE, ambos na representação do 5.º
Ishvara ARABEL. Assim o Futuro começou a tomar forma no Presente, através das
projecções do mesmo pelos Deuses de Shamballah agindo neste 4.º Globo. Em
consequência disso, em 1 de Julho de 1948 a 4.ª Hierarquia Humana ficou
definitivamente formada e firmada na Terra, como informam os anais reservados
da Grande Loja Branca.